A rede pública estadual da Bahia retomou suas atividades pedagógicas neste histórico 6 de agosto de 2012, após 115 dias de paralisação dos professores pelo cumprimento da Lei Federal 11.738/2008, conhecida como a Lei do Piso, aprovada pelos Três Poderes da República Federativa do Brasil, mas que o governo estadual se nega a cumprir, preferindo assinar a Lei Estadual 19.776/2012 que transforma salário em subsídio, achatando e desvalorizando ainda mais a carreira do Magistério. Em intensa campanha depreciativa contra a categoria na grande mídia, o governador Jaques Wagner do PT/Bahia, demitiu e instaurou processos administrativos contra professores em estágio probatório e temporários (REDA, PST) que se negaram a "furar" a greve. Contratou a peso de ouro empresa do Sr. Jorge Portugal, que sequer tem nível superior, mas que se apresenta como professor, para dar "aulões" para os alunos do 3º ano do ensino médio, nas quadras das escolas com microfones a $250, 00 hora/aula, enquanto nos paga $8,60.
A greve foi suspensa pela total impossibilidade dos professores sustentarem o movimento reivindicatório, após quatro meses sem salários e as dívidas se acumulando. Cerca de oito professores morreram de enfarto por não suportarem a pressão; outros foram internados, vítimas de indescritível desgaste emocional e psicológico incluindo a depressão, agravada pela desqualificação pública feita pelo governador e sua "base retardada" comandada pelos deputados Marcelo Nilo (PDT) presidente da Assembleia Legislativa e o líder do governo José Neto (PT), tal como fez com a Polícia Militar, agravando ainda mais a Síndrome de Burnout; três meses de contribuições sindicais da APLB não repassadas; prejuízo incalculável para mais de um milhão de crianças, jovens e adultos atendidos por esses profissionais responsáveis pela socialização, humanização e instrução de mais de 90% da população escolar do estado; prejuízos e evasão escolar na rede municipal de alunos que vão migrar para escolas da rede estadual que podem ser prejudicados pelo calendário letivo adotado por conta da greve; desgaste político do governo e seu partido, o PT...
Temos a comemorar o amadurecimento político da categoria de professores, que finalmente, conscientiza-se do seu valor político-social. Este é o resumo da ópera bufa encenada pelo governo do PT e sua base retardada, que maculou a educação pública da Bahia. Como bem escreveu o líder espírita José Medrado, em artigo publicado no Jornal A Tarde, na Coluna Opinião, do dia 25 de julho do presente, intitulado: Greve e Valentia... Dê no que der, certo é que daqui para frente qualquer categoria que vier a deflagrar alguma greve vai se lembrar do que aconteceu neste 2012, com esses valentes e bem ousados professores. Medrado (2012).
Medrado traduz com fidelidade o que pensamos desse evento que entrou para a História da Educação Baiana e Brasileira. Mas apesar da frustração com o não cumprimento do acordo por parte do governo, a volta às aulas se deu num clima de confraternização entre professores, alunos, gestores e toda comunidade escolar. Foi este o clima no Colégio Estadual Raphael Serravalle no Bairro da Pituba, em Salvador. Aos nossos queridos alunos, as nossas Boas -vindas! Aos colegas que tombaram na luta, nossas mais justas e sinceras homenagens ! A luta continua!
Assista ao vídeo: "110 dias sem ensino público" protesto dos alunos das redes particular e publica
Foto: Alunos do 1º ano do ensino médio do Colégio Est. Raphaael Serravalle na Pituba/Salvador comemoram a volta às aulas e o reencontro com os colegas.
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